segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Davi e Golias??? Tomara!

Mais uma transcrição de texto, desta vez atribuída a Marina Silva. Pena que não tive isso em mãos mais cedo.

RESPOSTA DE MARINA SILVA A DOM MOACYR


Gente culta é outro nível

Recebi e repasso essa carta aberta de Marina Silva a respeito de declarações feitas por Dom Moacyr Grechi, bispo católico, arcebispo de Porto Velho na Folha de São Paulo, na qual ele afirma que ela, Marina silva, é frágil e não tem perfil para a Presidência da República.

Essa carta está publicada no Blog da Marina e pode ser lida no link http://www.minhamarina.org.br/blog/2010/05/ao-amado-dom-moacyr/

RESPOSTA DE MARINA A DOM MOACYR

Ao amado Dom Moacyr
Por Marina Silva

Li na Folha (22/5) sua afirmação de que sou frágil e não tenho perfil para a Presidência da República. No início, fiquei triste. Já tinha ouvido algo parecido do senhor, de forma carinhosa, mas ler assim como está no jornal tem outro peso.

Refletindo mais, reconciliei-me com sua mensagem.

Quando ando por aí, muitos me dizem que minha luta é de Davi contra Golias. Então vamos conversar sobre passagens bíblicas, que conhecemos bem. Elas se completam e iluminam o que quero dizer.

Quando Saul terminava seu reinado, Deus mandou o sacerdote e profeta Samuel ungir novo rei entre os muitos filhos de Jessé. O profeta procurou entre os mais belos, os mais fortes e os mais habilidosos, mas Deus descartou todos. Jessé lembrou então de Davi, o seu filho mais novo, que pastoreava ovelhas. O profeta o achou muito fraquinho, meio esquisito. Mas Deus ordenou que o ungisse rei dos israelitas, porque olhava para o seu coração, e não para a sua aparência.

Foi assim que Davi foi escolhido para ser rei. E logo provou seu valor ao enfrentar Golias, o gigante filisteu, guerreiro acostumado a usar escudo, capacete e armadura e a manejar a espada. O jovem Davi, aparentemente fraco e sem muito preparo para aquele tipo de duelo, ganhou a luta porque não tentou usar a armadura de Saul, que lhe fora ofertada e nem lhe cabia direito. Usou sua própria arma, a funda, e ali colocou a pedra para jogá-la no lugar certo, na testa do gigante.

Assim como o senhor, dom Moacyr, Samuel era homem corajoso, temente a Deus, preparado para o sacerdócio desde um ano de idade. O senhor é muito importante na minha vida, da mesma forma que Samuel foi na vida de Davi. E está me vendo com olhos cuidadosos, preocupados com circunstâncias que talvez me causem sofrimento. Mas, como sabe por experiência própria, não podemos ficar presos às circunstâncias.

Quando o senhor chegou ao Acre, aos 36, enfrentou os poderosos e ficou do lado de Chico Mendes e de todos os que eram aparentemente fracos e despreparados para enfrentar os gigantes das motosserras.
Como me ensinou, não me intimido com as circunstâncias e procuro me encontrar com o que está no coração de homens e mulheres sinceros, que, como o senhor, buscam fazer o melhor, apesar das dificuldades e riscos.

Aprendi com o senhor boa parte dos valores que me guiam, entre eles não vergar a coluna às pressões dos interesses espúrios.
Por favor, meu amado irmão, não me diga agora que esses valores não servem para governar o Brasil e me fragilizam. Tranquilize-se: eles são e continuarão sendo a minha força e a minha funda diante dos desafios, qualquer que seja o tamanho deles.


A beleza e transparência da candidata...


"O amor só é lindo, qdo encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser"

Mário Quintana

Miriam Leitão

Trancrevo aqui um texto atribuído a Miriam Leitão. Seja dela ou não achei muito interessante. É para ler com atenção e refletir...

Festa na véspera

Míriam Leitão

Então é isso? Uma eleição cuja campanha começou antes da hora
acabou antes que os votos sejam depositados na urna? A vencedora de
véspera já estendeu a mão, magnânima, à oposição; seus dois maiores
caciques começaram uma briga intestina; cargos são distribuídos entre os
partidos da base e os assessores já preparam os planos e projetos.
Fala-se do futuro como inexorável.
O quadro está amplamente favorável a Dilma Rousseff, mas é preciso
ter respeito pelo processo eleitoral. Se pesquisa fosse voto, era bem
mais simples e barato escolher o governante. Imagina o tempo e o
dinheiro poupado se pesquisas, 30 dias antes do pleito, fossem
suficientes para o processo de escolha?
A estrutura da Justiça Eleitoral, as urnas distribuídas num país
continental, mesários trabalhando o dia inteiro, computadores contando
votos; nada disso seria necessário. Mas como eleição é a democracia num
momento supremo, respeitá-la é essencial.
Os que estão em vantagem, e os que estão em desvantagem, não podem
considerar o processo terminado porque isso amputa a melhor parte da
democracia, encerra prematuramente o precioso tempo do debate e das
escolhas.
Dilma já sabe até o que fará depois de ser eleita, como disse na
sexta-feira: "A gente desarma o palanque e estende a mão para quem for
pessoa de boa vontade e quiser partilhar desse processo de transformação
do Brasil."
Os jornalistas insistiram, ela ficou no mesmo tom: "Estendo a mão
para quem quiser partilhar. Eu não sei se ele (Serra) quer. Você
pergunta para ele, se ele quiser, perfeitamente."
Avisou que se alguém recusasse, não haveria problema: "Pode ficar
sem estender a mão, como oposição numa boa que vai ter dinheiro." Já
está até distribuindo o dinheiro público.
Feio, muito feio. Por mais animador que seja para Dilma os
resultados da pesquisa - e deve ser difícil segurar a ansiedade - ela
deveria pensar em algumas coisas antes.
Primeiro, que falta o principal para ela ganhar: o voto na urna.
Segundo, que o eleitor muda de ideia na hora que quer, porque para isso
é livre. Terceiro, que, novata em eleição, deve seu sucesso a fatores
externos a ela: o presidente Lula, o momento econômico e a eficiência
dos seus marqueteiros.
Aliás, o marketing de Dilma tem sido tão eficiente em aparar todas
as arestas de sua personalidade que criou uma pessoa que nem ela deve
conhecer.
O salto alto não é só dela, a bem da verdade. A síndrome das favas
contadas se espalha por todo o seu entorno, cada vez mais desenvolto.
Por isso já começaram a brigar os generais de cada uma das bandas:
Antonio Palocci e José Dirceu.
Da última vez que brigaram, os dois caíram. A disputa dos partidos
da base de apoio pelos cargos públicos, como se fossem os despojos da
guerra já vencida, é um espetáculo que informa muito sobre valores,
critérios e métodos do grupo.
A desenvoltura do já ganhou é tanta que até o presidente Lula,
dono da escolha autocrática de Dilma, parece meio enciumado e reclamou
que já falam dele no passado. E avisou: "Ainda tenho caneta para fazer
muita miséria."
A declaração inteira é reveladora: "Tem gente que fica falando
aqui como se eu já tivesse ido embora, mas ainda tenho quatro meses e
alguns dias de governo. Alguns falam como se eu já tivesse ido. Tem
gente que se mata para ser presidente por um dia e ainda tenho quatro
meses e alguns dias. Ainda tenho a caneta para fazer muita miséria
nesse país."
O sentimento é um perigo. O presidente Lula já está fazendo
miséria. Atropelou o calendário eleitoral, zombou das multas na Justiça,
pôs o governo que dirige para trabalhar pela sua candidata como se a
máquina pública fosse um partido político.

"A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem;
a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão;
a coragem, a mudá-las

Palhaçada...

Sim, achei uma verdadeira palhaçada tudo (ou quase) que aconteceu nessa eleição.
Prá começar, foi dispensado o título de eleitor. Então prá que serve? Porque fizeram milhares de eleitores correrem para tirar a segunda via? Porque disponibilizaram no site do TSE a certidão de quitação eleitoral para que a imprimissemos?
Também a "famosa" "FICHA LIMPA". Será que isso é sério? Prá começar, não se sabe quem é ficha limpa ou ficha suja. Vários que sabemos que são ficha suja, puderam se candidatar e até se eleger. E agora? Até 17 de dezembro a votação sai. E daí? Como fica a composição da câmara e do senado? E se quem se elegeu não puder assumir?
O eleitor, coitado, realmente acha que está num espetáculo circense. Até elegeram o Tiririca...
Mas voltando ao que interessa... Se um trabalhador comum for suspeito - eu disse SUSPEITO - de qualquer crime, está arriscado até a perder o emprego. Ou ficar afastado até ser julgado. Ou, no mínimo, fica mal visto pelos colegas.
Mas o político não. - Eeeeuuu???? não fiz nada disso. Não sabia de nada. São invencionices da oposição. E assim vai. E os colegas o apoiam. Afinal, eles estão no mesmo barco.
E quando fica provado qualquer coisa (o que é difícil)o que acontece??? NADA! Absolutamente nada.
O que foi feito do dinheiro da cueca? Voltou para os cofres públicos? E o do INSS que foi parar nas mãos da Jorgina? E... e... e...? São tantos que nem vale a pena comentar. Ficaria um texto enooooooorme.
E cada vez a bandalheira está mais escancarada. Será que um dia isso terá fim?
Por outro lado nós, eleitores, acho que estamos fazendo corpo mole.
Vamos começar a pensar seriamente nisso?
Vamos aproveitar e começar agora ainda nesse segundo turno?
Quem ainda tem chance de escolher o seu governador e todos nós que ainda temos que resolver qual presidente queremos, vamos analisar bem e começar a fazer a coisa certa?
E não estou querendo ser cabo eleitoral de ninguém, até porque meu candidato não seria nem uma nem o outro. Mas temos agora que ver qual dos dois é o menos pior. Qual dos dois tem o passado mais limpo e transparente.
Não podemos e nem devemos eleger aquele que nos dá facilidades, mas aquele que nos dá condições de buscarmos nossos caminhos.
Temos que progredir pessoalmente sim, mas pensando que queremos um Brasil para os brasileiros. Vamos procurar aprender mais e utilizar esse aprendizado para fazer o nosso país crescer. Temos condições para isso, basta querer. E prá começar, vamos sim, cobrar dos nossos "empregados" - sim, empregados, pois fomos nós que os colocamos lá para trabalhar não por nós, mas para nós; para a melhoria do nosso Brasil para os brasileiros. Pois é, vamos cobrar deles uma postura correta, sem "jeitinhos" e sem conchavos. E se não forem bons empregados, vamos demití-los.
E vamos nós também, começar a ter essa postura.
Não me levem a mal, mas nós estamos tão acostumados ao tão famoso jeitinho brasileiro que de vez em quando também damos uma "escorregada". Me incluo aí também...
Acho que é isso.
Já fiz meu desabafo.
E vamos ao segundo turno...